Hoje não houve motivos para a vitória. Depois de dois jogos onde os elogios foram todos voltados para a garra e superação da equipe, desta vez voltamos a ver uma equipe desfigurada e confusa dentro de campo. O resultado? Mais uma decepção no placar no Morumbi. Dá para se dizer que o São Paulo joga em casa, mas não se sente em casa.
Sim. Tivemos muitos problemas para este jogo. Aliás, problemas que vem acontecendo desde o início do ano, com contusões, expulsões e convocações para as seleções principal e de base deste país. Também tem o problema “invisível” ao olho do torcedor; a mini maratona. A equipe jogou no domingo a noite em Florianópolis, depois quarta a noite no Ceará para finalizar neste sábado de tarde a peregrinação sul/norte do país com três jogos em seis dias e mais de oito mil km rodados.
Mas, mesmo com todos os problemas, nada justifica mais um resultado pífio em casa. Ainda mais vindo de um time que quer e vai disputar o título. As vitórias fora compensam os resultados amargos em casa, mas isso precisa ser equilibrado.
A desconfigurada defesa (responsabilidade da diretoria) que hoje se sustentou através de um jovem jogador recém contratado e um volante improvisado que meses atrás estava na base tricolor não pode ser base para nenhuma avaliação técnica. Jogamos com o que temos, e isso vai ser a tônica do próximo jogo, caso a seleção sub-20 passe pela Espanha. Dureza.
E a criação no meio? Apesar do domínio do jogo (o dobro dos passes e o dobro das finalizações comparados com a equipe paranaense) nossos jogadores não sabiam o que fazer com a bola do meio para frente. Um festival de indecisos em campo. Fomos flagrados incompetentes em nossa própria casa e só saímos com o empate graças a um chute feliz e um gol sabe se lá como foi… Dominamos? Não. Caímos no forte esquema de marcação e velocidade de contra-golpe adversário.
Por fim, o ataque. Adílson quer um São Paulo com muita mobilidade e deslocação, mas quem está confuso não é o adversário. São nossos próprios jogadores. A grande verdade é que tomar iniciativa de jogo em casa está sendo uma tortura para o time. O torcedor comparece, incentiva, mas acaba saindo irritado com toda razão. Nada ajuda: As contusões, o esquema tático e a maratona de jogos.
O jeito é ter paciência com o grupo e esperar a volta de jogadores-chave como Casemiro, Rhodolfo e Luis Fabiano, que nem estrear estreou. Mas cobrar do técnico mais simplicidade na leitura de jogo. Mesmo com desfalques importantes, o jogo hoje era para ser escrito com uma vitória.
Saudações Tricolores!
Nota dos personagens da partida:
Rogério Ceni Pouca participação, duas defesas e alguns bons lançamentos. Nota: 6,5
Piris Muito bem no primeiro tempo, caiu um pouco na segunda etapa. Nota: 6,5
João Filipe Está fazendo o que sabe, tirar bolas com seriedade e sem refino. Nota: 6,5
Zé Vitor Improvisado na defesa, deu conta do recado. Nota: 7,0
Juan Uma partida fraca neste sábado. Não rendeu tendo que marcar. Nota: 4,0
Denílson Responsável por cobrir a defesa, se machucou no segundo tempo. Nota: 5,5
Wellington Com uma função diferente da de marcador, não anda agradando. Nota: 4,5
Ilsinho A surpresa do treinador. Mesmo com o belo gol, não cumpriu a função criativa do time. Nota: 6,0
Cícero Boa partida, mas ainda claramente sem uma função específica em campo. Nota: 6,5
Lucas Talvez pelo cansaço da viagem ou a confusão tática, não rendeu. Nota: 4,0
Dagoberto Outro que também não se encontrou em campo. Nota: 4,0
Jean Entrou para compor o meio, no lugar de Denílson. 6,0
Rivaldo Saiu da reserva e conseguiu um gol importante no apagar das luzes! Nota: 8,0
Fernandinho Entrou por necessidade, teve vontade mas não fez nada demais. Nota: 6,0
Adílson Batista Todos estão vendo que tem inúmeros problemas para armar um time competitivo em campo, devido as peças em falta no elenco, seja por contusão, seja por convocação. Mas mesmo assim fez uma opção que eu não gostei (Ilsinho no lugar de Rivaldo) e não conseguiu definir um padrão claro de jogo. Sim, tivemos posse de bola, mas não sabíamos o que fazer com ela. Faltou simplicidade na colocação das peças no campo. Muita mobilidade mas também muita confusão na cabeça de jogador, torcedor… Nota: 4,0
Imagens: Vipcomm
Fonte: DanielPerrone