Já estamos na décima quarta rodada do Campeonato Brasileiro e, mesmo com uma boa colocação na tabela, o time São Paulo ainda não conseguiu mostrar um futebol que tranqüilize a sua torcida. Foram oito vitórias, quatro derrotas e um empate até agora, com um aproveitamento de 64,1% dos pontos em jogo.
Essas quatro derrotas tem uma ligação no mínimo curiosa, para não dizer sinistra: Quase todos os gols foram sofridos no segundo tempo. Cinco do SCCP, um do Botafogo (dos dois gols sofridos), um do Flamengo e agora dois do Vasco da Gama. Isso sem contar a vitória suada no Couto Pereira, com o time tomando três gols em vinte minutos, jogando com onze atletas contra dez do adversário.
Outro detalhe relevante em relação a 2011. Somente em um jogo o São Paulo conseguiu virar o placar de uma partida e sair de campo com a vitória. Foi na quarta rodada do Campeonato Paulista, na vitória sobre o Americana (4×3) no dia 26 de janeiro. De lá para cá o time não demonstrou nenhum poder de reação quando saiu atrás do placar.
Seriam apenas coincidências de um ano até então insuficiente para os exigentes torcedores tricolores? Não acredito. Acho que todo esse desconforto no ano é resultado de uma equipe que ainda não conseguiu uma coisa que não se compra em janelas de transferências: União em torno de um objetivo.
Sem essa união não adianta ter bons jogadores, estrutura de primeiro mundo e tradição de conquistas no cenário brasileiro. É preciso formar essa vontade coletiva de vencer. Não conheço um grupo vencedor que não tenha essa característica. União de grupo não quer dizer necessariamente amizade entre os jogadores. Mesmo não sendo amigos, os atletas precisam ter um objetivo em comum, e correr atrás dele de verdade.
Espero estar errado mas vejo jogadores do São Paulo aparentemente acomodados com a boa colocação na tabela, a estrutura invejável do clube e o salário em dia todo o mês. Neste caso a cobrança tem que ser geral, sem poupar ninguém. A torcida não pode deixar de apoiar o time, mas tem que exigir cada vez mais mais empenho, organização e trabalho de cada um dos jogadores e membros da comissão técnica.
É hora de virar o jogo, e isso começa com a consciência coletiva dos nossos jogadores.