terça-feira, 12 de abril de 2011

Construindo ídolos: permanência de Alex


Acompanhamos, nos últimos dias, notícias que deram conta do interesse declarado Sporting Lisboa na contratação do Alex Silva. Teria sido uma promessa do novo presidente do clube português, Godinho Lopes, à sua torcida, caso ele fosse eleito (foi o que ocorreu).

Juvenal Juvêncio, por sua vez, no dia 23 de fevereiro, durante um evento do Clube dos 13, garantiu: “Vou comprar o Alex”.

E, no dia 11 de março, no auge daquela discussão sobre a ausência do zagueiro em dois treinos durante a semana, o mandatário tricolor confirmou a sua intenção: “Fica essa história de twitter para lá, twitter para cá. Não sou contra isso e nem também vou fazer o meu. Se bobear, já fizeram. Eu entendo de futebol, ele (Alex Silva) joga muito e eu vou contratá-lo”.

O zagueiro está emprestado ao Maior do Mundo, pelo Hamburgo, até o fim do próximo mês de julho e, se as negociações não forem apressadas, é possível que esta indefinição favoreça um acordo com o Sporting, que parece disposto a pagar o que o clube alemão pede por uma negociação definitiva.
O empresário dele, o uruguaio Juan Figger, tem uma estreita ligação com o São Paulo FC desde longa data. Foi quem viabilizou em 1970, por exemplo, a vinda do Pablo Forlan e, pouco tempo depois, a do craque Pedro Rocha, para o Tricolor do Morumbi. Teve, também, influência na venda de Denílson em 1998, por incríveis 32 milhões de dólares ao Real Bétis. O problema certamente não reside aí. Tanto o representante quanto o próprio jogador são “parceiros” do clube.

A questão é o São Paulo conseguir se acertar com o Hamburgo, que detém 50% dos direitos econômicos (a outra metade é de Figger) e já manifestou o desinteresse em ter Alex em seu elenco a partir de agosto. Especula-se que o montante pedido pela sua liberação seja de 3 milhões e 500 mil euros, isto é, quase 8 milhões, em reais. Uma grana bem considerável, sem dúvidas.

O “Monstro”, reiteradas vezes, tornou público seu imenso carinho pelo Soberano. Faz questão de externar o desejo de ficar por muito tempo e construir uma história cada vez mais bela no clube que aprendeu a amar.
A diretoria percebeu, com a contratação do Luís Fabiano, que é importante a criação e o estímulo desse tipo de vínculo. Sabe que a presença de ídolos incentiva o torcedor a ir ao estádio ou a participar de programas, como o plano sócio-torcedor, o título de capitalização “É Gol”, entre outros, que ajudam a instituição a ficar cada dia mais forte.

Alex tem o perfil de um futuro grande ídolo, se é que já não o é, para alguns. Tem qualidade, raça, amor à camisa e o sangue em três cores, definitivamente. Ele inspira os são-paulinos. Desde os mais experientes até os mais jovens.

É mais que o cumprimento de uma promessa a sua contratação. É o exercício de preservação do são-paulinismo, que nele é latente e chega a contagiar aos demais (vide Ilsinho, que declarou querer ser “um novo Rogério Ceni”).

Imagem: Werther Santana/AE.