Acompanhamos, nos últimos dias, notícias que deram conta do interesse declarado Sporting Lisboa na contratação do Alex Silva. Teria sido uma promessa do novo presidente do clube português, Godinho Lopes, à sua torcida, caso ele fosse eleito (foi o que ocorreu).
Juvenal Juvêncio, por sua vez, no dia 23 de fevereiro, durante um evento do Clube dos 13, garantiu: “Vou comprar o Alex”.
E, no dia 11 de março, no auge daquela discussão sobre a ausência do zagueiro em dois treinos durante a semana, o mandatário tricolor confirmou a sua intenção: “Fica essa história de twitter para lá, twitter para cá. Não sou contra isso e nem também vou fazer o meu. Se bobear, já fizeram. Eu entendo de futebol, ele (Alex Silva) joga muito e eu vou contratá-lo”.
O zagueiro está emprestado ao Maior do Mundo, pelo Hamburgo, até o fim do próximo mês de julho e, se as negociações não forem apressadas, é possível que esta indefinição favoreça um acordo com o Sporting, que parece disposto a pagar o que o clube alemão pede por uma negociação definitiva.
O empresário dele, o uruguaio Juan Figger, tem uma estreita ligação com o São Paulo FC desde longa data. Foi quem viabilizou em 1970, por exemplo, a vinda do Pablo Forlan e, pouco tempo depois, a do craque Pedro Rocha, para o Tricolor do Morumbi. Teve, também, influência na venda de Denílson em 1998, por incríveis 32 milhões de dólares ao Real Bétis. O problema certamente não reside aí. Tanto o representante quanto o próprio jogador são “parceiros” do clube.
A questão é o São Paulo conseguir se acertar com o Hamburgo, que detém 50% dos direitos econômicos (a outra metade é de Figger) e já manifestou o desinteresse em ter Alex em seu elenco a partir de agosto. Especula-se que o montante pedido pela sua liberação seja de 3 milhões e 500 mil euros, isto é, quase 8 milhões, em reais. Uma grana bem considerável, sem dúvidas.
O “Monstro”, reiteradas vezes, tornou público seu imenso carinho pelo Soberano. Faz questão de externar o desejo de ficar por muito tempo e construir uma história cada vez mais bela no clube que aprendeu a amar.
A diretoria percebeu, com a contratação do Luís Fabiano, que é importante a criação e o estímulo desse tipo de vínculo. Sabe que a presença de ídolos incentiva o torcedor a ir ao estádio ou a participar de programas, como o plano sócio-torcedor, o título de capitalização “É Gol”, entre outros, que ajudam a instituição a ficar cada dia mais forte.
Alex tem o perfil de um futuro grande ídolo, se é que já não o é, para alguns. Tem qualidade, raça, amor à camisa e o sangue em três cores, definitivamente. Ele inspira os são-paulinos. Desde os mais experientes até os mais jovens.
É mais que o cumprimento de uma promessa a sua contratação. É o exercício de preservação do são-paulinismo, que nele é latente e chega a contagiar aos demais (vide Ilsinho, que declarou querer ser “um novo Rogério Ceni”).
Imagem: Werther Santana/AE.