terça-feira, 29 de março de 2011

Veja o menino Rogério Ceni em seu primeiro time!

Capitão São-Paulino, "fominha", era reserva no meio dos marmanjos



A foto histórica, um pouco desfocada e envelhecida pelo tempo, mostra Rogério Ceni em seu primeiro time de futebol. A reportagem do Terceiro Tempo recuou ao passado do alteta e encontrou em Pato Branco uma equipe formada por (em pé) Gustavo, Hélio, Éden, César, Mendry, (agachados) Tomate, Rogério Ribas, Rogério Ceni e Dida. O retrato foi tirado por volta de 1980, quando o goleiro com maior número de gols da história do futebol mundial ainda era conhecido pelo apelido Kikinho.
“O Rogério Ceni morava no condomínio Vila Romana lá em Pato Branco e o nome desse time é Associação Atlética Vila Romana. Essa foto é lá pelo final dos anos 70, começo dos anos 80. O Rogério tinha, 9, 8, 7 anos. Você pode ver na foto que tem dois goleiros muito grandes e ele é aquele pequenininho que está agachado”, afirma com exclusividade Éden Ricardo Dosciati, um dos craques esquecidos do time.
Morador de Curitiba, o professor universitário, atualmente, leciona informática enquanto conclui seu doutorado no Paraná. Na realidade, Éden Ricardo Dosciati trocou o futebol pelas salas de aula. Mas com a bola nos pés, deixou Rogério Ceni no banco e orientou que o então jogador de linha mudasse de posição e fosse para a meta. “Como ele era meu reserva eu disse para ele jogar no gol do nosso time que teria mais futuro. Aí ele começou a jogar no gol porque sendo meu reserva ele dificilmente entrava no jogo”, brinca o professor. Bem humorado, Éden Ricardo Dosciati acrescenta: “Que coisa boa, eu que ensinei ele bater falta, bater pênalti. Modesto, né?
Dos tempos em que jogou ao lado da estrela Tricolor sobram, ainda, lembranças de um garoto que muito antes de cogitar a hipótese de fazer do futebol a profissão da vida, já colocava o esporte em primeiro plano. “Ele era um fome de bola, gostava de jogar bola. Como ele era menorzinho, você pode ver que são todos maiores, por volta de 12, 13 anos, era a média daquela gurizada, acabava sendo sempre reserva do time. Mas queria entrar e sempre entrava para jogar futebol. Ele era um fome de bola.”.
Jogando com garotos mais velhos, Rogério Ceni já demonstrava seu espírito de liderança, ainda que não fosse ouvido. “Ele gostava de mandar bastante, mas como ele era menorzinho ele não mandava nada! Quem mandava eram sempre os mais velhos, ali. Mas ele já gostava de dar os pitacos dele naquela época.”
E, como era de se esperar de um líder nato, de vez em quando, sobravam broncas para todos os lados. “Uma vez a gente foi jogar contra um time chamado Paraná Dourado. O Rogério era o meu reserva. Eu me machuquei naquele dia e ele queria entrar no meu lugar, mas não deixaram. Aí ele ficou muito nervoso e disse que não jogaria mais futebol, que ia parar de jogar futebol. Mas Graças a Deus continuou jogando futebol e foi um grande goleiro. É um grande goleiro.”